No séc. III a C. os romanos ocuparam a Península Ibérica. Tiveram que combater os celtas, que já estavam lá e, ao mesmo tempo, os cartagineses. Juntamente com as tropas romanas foi levado o latim vulgar, língua falada em Roma.
No século V d.C. povos não pertencentes ao Império Romano, vindos do Norte da Europa, invadiram a Península Ibérica. Não conseguiram impor sua língua, tal era o prestígio do Latim. Mais tarde, no séc. VIII d.C. os árabes, vindos do Norte da África, também assentaram domínios na Península. Mesmo assim, a língua latina, apesar de todas as influências sofridas por parte dos vários povos, continua sendo a língua oficial. Forma-se o romance, idioma de transição, pois vários termos árabes e germânicos vão sendo incorporados à língua. É o ponto de partida para a formação das línguas modernas, incluindo o Português. O Galego-Português, falado na região do Minho, representa a primeira feição de nosso idioma. As primeiras palavras portuguesas surgem por volta do séc. IX, em peças de utilidades, documentos, ou em monumentos. A Língua Portuguesa, no entanto, inicia no séc. XII, mais especificamente em 1189, quando aparece a "Cantiga da Ribeirinha", inspirada em D. Maria Pais Ribeiro, a Ribeirinha, famosa dama da corte de D. Sancho I. O poema é atribuído a Paay Soares de Taveirós.
A língua continuou sofrendo alterações e adaptações constantes. O próprio Luís Vaz de Camões, autor de "Os Lusíadas", criou várias palavras, diretamente do grego, por achar o Português ainda uma língua muito pobre.
Com o advento da imprensa, a língua passou de se modificar em ritmo muito menor. Hoje, as adaptações continuam sendo apenas aquelas incluídas pela gíria e, principalmente, pelas palavras criadas a partir de inovações tecnológicas.
O conhecimento da língua materna é obrigação de todo cidadão. Nas próximas edições estaremos tecendo comentários sobre as dúvidas mais freqüentes no uso correto da Língua Portuguesa.
Ivo Pitz é professor de Língua Portuguesa e de Filosofia.
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